Alain Senderens foi um dos maiores nomes da gastronomia francesa. Ao lado de Paul Bocuse e Michel Guérard e Pierre Troisgros foi um dos fundadores da Nouvelle Cuisine, movimento que transformou a cozinha francesa nos anos 60 e 70, além de inspirar chefs ao redor do mundo.
Comandou um restaurante três estrelas Michelin durante 28 anos no Centro de Paris. Em 2005, a notícia de que renunciaria às cobiçadas estrelas caiu como uma bomba no mundo da gastronomia. Sua ideia era buscar um enfoque mais simples e informal para o seu restaurante, um movimento que muitos chefs têm empreendido nos últimos anos. Mais uma prova de que Senderens desde sempre foi vanguarda. Na época, ele disse: “Quero abrir um restaurante diferente, uma boa comida e sem toda a parafernália”.
Sobre ele, o crítico de gastronomia Gilles Pudlowski escreveu: “Era um dos últimos grandes criadores de Paris. Este criador era um visionário”.
Entre os chefs que formou estão Alain Passard, do Arpège, e o argentino Francis Mallmann. Nos anos 1980 começou a harmonizar vinhos e pratos individualmente: o que hoje é norma, foi um escândalo na época. Essa primeira combinação unia queijo de cabra com vinho branco seco Vouvray.
Senderens iniciou a carreira como cumin, no parisiense La Tour d’Argent. Passou por todos os postos da cozinha até se tornar chef do Lucas Carton, em 1985. Nele, conquistou três estrelas Michelin. Em 2005, Senderens comprou o restaurante, que passou a ter o seu nome. Na época, devolveu as estrelas Michelin que conquistara quase três décadas antes para apostar na simplicidade – um movimento que foi seguido por outros cozinheiros. Mas não demorou muito para que o Michelin reconhecesse a excelência da nova casa, que ganhou duas estrelas.
O chef Alain Senderens estava aposentado desde 2014. Morreu no domingo, dia 25 de junho, aos 77 anos, em Corrèze.
Fonte: O Globo
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