As localidades situadas no extremo sul da Bahia são privilegiadas em relação à sua posição geográfica e aos recursos naturais. Esse conjunto de características, associado à importância histórica da região, contribui para que ela se tornasse um importante polo turístico, no qual Porto Seguro apresenta-se como eixo central. Juntamente com os municípios de Santa Cruz Cabrália e Prado, compõem a Costa do Descobrimento (SOLHA, 1999).

Historicamente, Porto Seguro foi sede de uma das quinze capitanias hereditárias em que foi dividido o imenso território brasileiro. Desde 1973 o município foi tombado pelo patrimônio histórico nacional e, em 2000, foi considerado patrimônio natural mundial pela Unesco (D’ALENCAR; VEIGA, 2006). O município de Porto Seguro/Bahia, que é um dos principais pólos turísticos do Brasil, recebe anualmente mais de 1 milhão de turistas, atraídos pelos seus recursos naturais, especialmente pelas suas praias associadas a ecossistemas como recifes de corais, manguezais e falésias e pelos seus recursos culturais, sobretudo históricos, mas, também, por uma série de eventos que costumam ocorrer nas praias (festas, shows, músicas, danças, etc) (SILVA et. al., 2008).

Os mesmos autores destacam que pesquisas realizadas na região de Porto Seguro pela Secretaria de Cultura e de Turismo do Estado da Bahia e pela Bahiatursa, nos meses de janeiro e julho de 2001, mostraram o perfil do turista que visita esta região (BAHIATURSA, 2001). Segundo este trabalho, a maior parte dos turistas é formada por brasileiros (89,3%) vindos, principalmente, de São Paulo (28,1%), Minas Gerais (23,2%) e Rio de Janeiro (9,7%) e, o restante, de outros estados e de outras cidades da Bahia. Os turistas estrangeiros (10,7%) são formados especialmente por argentinos (7,5%). Além destes, são encontrados turistas vindos do Chile, Uruguai, Alemanha, Espanha, Itália, Portugal e Suíça. O passeio foi o principal motivo para a viagem da maior parte dos entrevistados (88,3%), sendo que os atrativos naturais foram apontados como a principal motivação para o passeio (95,1%).

Considerando-se de que o turismo pode vender o território ou o natural, destaca-se em Porto Seguro que o turismo consolidou-se tendo como base os dois tipos, significando que o turismo, como uma atividade que produz um espaço, ou se apropria dele, já transformou Porto Seguro num espaço mercantilizado (D’ALENCAR; VEIGA, 2006).

Como estive na cidade recentemente com minha família (aliás, minha irmã me auxiliou nas anotações abaixo), optei por destacar alguns restaurantes para quem visitará a localidade:

Aromas: excelente lugar – cardápio variado: Fica na Passarela do Álcool e é bem arrumado e aconchegante. Passa a imagem de um lugar sofisticado em comparação com os bares e restaurantes ao redor. A maioria das mesas fica do lado de fora, mas possui algumas opções na parte interna. O atendimento é ótimo e o cardápio é muito variado com diversas opções de pratos e drinks (de todos os restaurantes que fomos é o que possui maior variedade). O garçom explica tudo com detalhes e ajuda com as indicações. Comemos lagosta na manteiga que veio acompanhada de batatas e risoto de camarão. Foi muito bem servido, saboroso e com uma ótima apresentação. Tomamos mojito sem álcool que veio muito bem feito e servido. E cerveja longneck Heineken que o garçom teve o cuidado de trazer com um baldinho pequeno com gelo. É um lugar mais caro em comparação com as outras opões que fomos, mas achamos preço justo, principalmente em relação ao conjunto: serviço, atendimento, sabor, variedade. Pontos a melhorar: a música é muito alta e barulhenta, mesmo sendo ao vivo, não dá para entender direito que a pessoa cantava. E o valor dos 10% só pode ser pago em dinheiro e em separado da conta.

Amormio: italiano – massas e pizza: Fomos duas vezes. Ótimo custo / benefício. Bom atendimento e preço ótimo. O que surpreendeu mesmo foi a pizza e a de Marguerita. O molho foi espetacular, o que dava vontade de comer a pizza sem parar. Massa fina e crocante.

Adega dos Lordes: fica dentro do Hotel Solar do Imperador, próximo ao Aeroporto. O lugar é único, nem parece que está na Praia. Lembra um Pub Inglês. Possui uma adega com variedade de vinhos, diferente dos outros lugares que fomos. O cardápio não possui grande variedade. E o preço é bem caro em comparação com os demais lugares que fomos. O couvert servido foi bem diferente, pois foram servidos em pratinhos individuais, com queijo, azeitona e salame. Comemos lagosta, risoto e um peixe. Estavam bons, mas nada sensacional.

Restaurante Tia Nenzinha: variado, ótimo custo-benefício. Um prato chega a ser suficiente para três (ou até quatro pessoas). Adoramos o bobó de camarão e o espaguete com frutos do mar. Atendimento bem caseiro, simples, não devendo ter pressa.

Caso você visite os restaurantes destacados, espero que tenha boas experiências como eu tive!

REFERÊNCIAS

CANCELA, F.E.T. De projeto a processo colonial: índios, colonos e autoridades régias na colonização reformista da antiga capitania de Porto Seguro. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal da Bahia. 2012.

D’ALENCAR, R.S.; VEIGA, R.S. O(s) idoso(s) em movimento e sua participação no turismo de Porto Seguro – BA. RBCEH – Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, 72-84 – jan./jun. 2006

SILVA, I.R.; BITTENCOURT, C.S.P.; SILVA, S.B.M.; DOMIMGUEZ, J.M.L.; SOUZA FILHO, J.R. Nível de Antropização X nível de uso das praias de Porto Seguro/BA: Subsídios para uma avaliação da capacidade de suporte. Revista da Gestão Costeira Integrada. 8(1): 81-92 (2008).

SOLHA, K.T. Divulgação de imagens turísticas: o exemplo de Porto Seguro (Bahia). Dissertação (Mestrado – USP). 1999.

Foto: www.bahiaportoseguro.com

BRUNA MENDES

Mestre em Hospitalidade, bacharel em Turismo e Licenciada em Pedagogia, mas acima de tudo, apaixonada pela cultura, turismo e gastronomia.