Colecionar uma bela diversidade de vinhos é o sonho de consumo de todos aqueles que começam a se envolver com o fascinante mundo do vinho. Afinal, são tantos detalhes, aromas e sabores a desvendar, não é mesmo?! Se você se enquadra nesse grupo, seja bem-vindo, pois este artigo é destinado especialmente aos colecionadores de vinho iniciantes!
A arte de colecionar vinhos
Há uma grande diferença entre comprar vinho e colecionar vinho. Comprar é um esforço aleatório baseado em gostos e preferências momentâneas. A arte de colecionar, por outro lado, é um compromisso de longo prazo que requer visão e direção, além de muita pesquisa e escolhas rigorosas.
Saiba que sua coleção de vinhos é um reflexo de você e independe do que está na moda no momento. Você pode manter uma pequena quantidade de vinhos premiados na manga para ocasiões especiais, bem como vinhos agradáveis para beber em noites relaxantes e fins de semana.
Mas se você já tem o pensamento de investir naqueles rótulos que tendem a envelhecer melhor, fique atento para certos vinhos de determinadas áreas do mundo que têm grande potencial de permanecer anos e até décadas na sua adega, além, claro, de despertar surpreendentes sensações durante a degustação. Confira:
1 – Bordeaux: safras 2005, 2009 ou 2010
Estas três safras são anunciadas pelos críticos como as melhores da década. A safra de 2010 foi particularmente mágica, com frio e calor em abundância e incrivelmente equilibrados e chuva na medida certa. Os vinhos dessa safra são estruturados, completos e longevos – e estão prontos para beber hoje.
Grandes nomes da safra são: Cheval Blanc, Haut Brion, La Violette, Latour, Le Dome, Le Pin, Montrose, Pape Clement, Pavie, Petrus, Pontet Canet, Angélus, Margaux, Gracia, La Mondotte, Le Gay, Mouton Rothschild, Troplong Mondot, Vieux Chateau Certain, Ausone e Ducru Beaucaillou.
Mas saiba que as safras de 2014, 2015 e 2016 também estão bem posicionadas. A de 2015 foi certamente a melhor safra desde 2010, sendo (até o presente momento) a nova grande safra da década. Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc tiveram ótimo resultado, mas o grande destaque foi a Merlot, chamando atenção especial para os vinhos de Pomerol e Saint-Émilion.
2 – Tintos italianos
Os tintos dos produtores Brunello di Montalcino, Barolo, Barbaresco e Super Toscana são a melhor escolha para os colecionadores de vinhos iniciantes que desejam reservar espaço na adega para os italianos. Confira bem as safras, sabendo que eles precisam de cerca de uma década para atingir o seu esplendor.
Leia mais: Itália – Vinhos: Mapa Enogeográfico, Legislação, Tipos, Características e Uvas
3 – Vinhos de sobremesa
A presença de grande quantidade de açúcar residual faz com que os vinhos de sobremesa sejam longevos, com continuidade de evolução por décadas. Doces e viscosos, um verdadeiro néctar, esses vinhos oferecem excitação e prazer incomuns. Não à toa que os principais vinhos de sobremesa do mundo – Sauternes, da região de Bordeaux, na França, e Tokaji, na Hungria – são muito famosos desde a Idade Média.
Mas descubra também os vinhos doces da Alemanha, principalmente os Spätlese, Auslese, Beerenauslese, Eiswein e Trockenbeerenauslese, produzidos com uvas Riesling.
4 – Porto
O vinho do Porto é um caso à parte, já que conquistou os paladares do mundo inteiro. Além disso, ele envelhece como poucos outros vinhos, atingindo o auge em cerca de 20 anos. Aposte na magia do Porto Vintage, com mais cor e corpo, feito apenas nas melhores safras. Ah, considere também o Madeira, que muitas vezes é tão delicioso quanto o Porto e envelhece tão bem.
5 – Champanhe vintage
O champanhe vintage safrado é, sem sombra de dúvidas, a bebida dos deuses! São safras excepcionais – apenas 10% da produção total da região se torna champanhe vintage de um determinado ano. Grandes anos incluem 1995, 1996, 1998, 2000 e 2002. Vale a pena investir em um rótulo assim para grandes comemorações! Procure por Pommery, De Venoge, De Sousa, Mumm, Henriot e Veuve Clicquot.
Pronto para impulsionar a sua coleção de vinhos? Lembre-se de que você não precisa gastar uma fortuna para iniciar a sua coleção, mas é preciso garantir um bom armazenamento. Caso os rótulos sejam armazenados em um local inadequado, fora das condições ideais de temperatura e umidade, muitos dos seus rótulos podem ser perdidos. Melhor não arriscar, não acha?
Você é um colecionador de vinhos iniciante e quer saber mais sobre o envolvente mundo dos vinhos? Acompanhe nossos artigos e nossas mídias sociais! Deixe também um comentário com a sua dúvida!
BRUNO HERMENEGILDO
Sommelier International, formado pela FISAR. Membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.
0 comentários