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Itália – Vinhos: Mapa Enogeográfico, Legislação, Tipos, Características e Uvas

por | abr 23, 2017 | Bebidas, Enologia

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Mapa Enogeográfico

Itália possui as seguintes regiões vinícolas:

  • Centro;
  • Ilhas;
  • Nordeste;
  • Noroeste;
  • Sul.

Centro da Itália:

  • Toscana: Chianti e ao Brunello di Montalcino;
  • Abruzzo: produzido um ótimo Trebbiano d’Abruzzo;
  • Marche: ótimos vinhos brancos: Passerina e Verdicchio dei Castelli di Jesi;
  • Emilia Romagna é a região do Lambrusco.

Ilhas da Itália:

  • Sicília: Marsala, Grillo, Inzolia e Catarrato;
  • Sardegna: Moscato e Malvasia. O vinho mais típico da Sardegna é o Vernaccia di Oristano. Com a Cannonau, os sardos fazem uma imitação de vinho do Porto. Só existe uma DOCG (Vermentino di Gallura).

Nordeste da Itália:

  • Friuli Venezia Giulia: Ribolla e Verduzzo;
  • Trentino Alto Adige: Pinot Bianco, Suvignon e Chardonnay;
  • Veneto: Gargenega, Glera (Processo) e Amarone.

Noroeste da Itália:

  • Piemonte: Barolo, Barbaresco ,Dolcetto, Arneis, Moscato e Cortese;
  • Lombardia: Pinot Noir, Nebbiolo, Chardonnay, Verdicchio;
  • Liguria: Vermentino, Pigato, Rosesse, Dolcetto, Sangiovese;
  • Vale de Aosta: Picotendro, Pinot Noir, Petite Arvine.

Sul da Itália:

  • Puglia: Negro Amaro, Primitivo di Manduria, Taurasi e o Aglianico;
  • Basilicata: Aglianico, Syrah e Moscato;
  • Calabria: Greco, Gaglioppo e Magliocco;
  • Campania: Aglianico, Fiano, Falanghina e Greco.

O fato de a Itália ser no passado uma coletânea de Estados independentes, contribuiu para o surgimento de uma gama de vinhos tão diferentes em um tão pequeno território.

  • Vêneto: Situada ao norte da Itália tornou-se famosa pela produção de vinhos utilizando uvas autóctones como Negrara, Corvina, Soave, e as importadas: Cabernet Savignon, Cabernet Franc e Pinot Grigio;
  • Verona: Seus tintos mais conhecidos são os encorpados: Bardolino, o Valpolicella e o Amarone della Valpolicella. Vinho branco mais famoso: Soave;
  • Friuli – Venezia Giulia: Produção de tintos e brancos concentra-se em três zonas vinícolas principais: Collio Goriziano, Grave Del Friuli e Collio Orientali Del Friuli;
  • Piemonte: Região vinícola mais importante da Itália, já que produz os vinhos italianos mais diferenciados do país, como: Barolo e Barbaresco (tintos) e Moscato (branco);
  • Lombardia: Possui três principais regiões vinícolas: Valtelina, Bréscia – Lago di Garda e Oltrepò Pavese;
  • Abruzzo: Destacamos a produção do vinho branco Tribbiano d’Abruzzo, considerado um excelente vinho italiano;
  • Emilia Romagna: Predomina o Lambrusco, havendo ainda os tintos e brancos da Colli Picenti e das Bolognesi;
  • Toscana: Vinhos mais reputados do mundo: Chianti (proveniente da Siena e Florença) e o Brunello di Montalcino;
  • Lácio: Assumem a produção do jovial branco Frascati;
  • Sicília: Vinhos tintos, provenientes das varietais Nero d’Avola Masacarele e Perricone, e brancos, das castas Grilo e Insolia.


Legislação

Para estabelecer um controle de qualidade de seus vinhos, alguns países vinicultores criaram uma legislação específica para as regiões produtoras da bebida e, entre eles, a Itália. Por isso, para entender os rótulos italianos é preciso conhecer sua história e legislação vinícola, que foram categorizados tanto pelo governo italiano, quanto pelos próprios italianos.

A legislação vinícola italiana possui quatro categorias:

  1. DOCG = Denominazione di Origene Controllata e Garantita;
  2. DOC = Denominazione di Origene Controllata;
  3. IGT = Indicazione Geografica Tipica;
  4. VdT = Vino de Távola.

DOCG:

São os vinhos de denominação de origem controlada e garantida. Classificação criada em 1982, abrange os melhores vinhos da Itália. É atribuída aos quatorze vinhos existentes, provenientes das regiões de Piemonte, Lombardia, Toscana, Emilia Romagna, Umbria e Campagna.

  • Piemonte: Barbaresco, Barolo, Gattinara e Asti;
  • Lombardia: Franciacorta;
  • Toscana: Brunello de Montalcino, Carmigiano, Chianti, Vino Nobile di Montepulciano e Vernaccia di San Gimignano;
  • Emilia Romagna: Albana di Romagna;
  • Umbria: Montefalco Sagrantino e Torgiano Rossso Riserva;
  • Campania.

DOC:

 São os vinhos de denominação de origem controlada. Qualificação criada em 1963, é atribuída aos vinhos provenientes de cerca de 300 regiões vinícolas delimitadas que podem ser uma pequena área, uma província ou uma área geográfica ainda maior.

Apenas cerca de 15% dos vinhos italianos pertencem às DOCs e são elaborados com tipos específicos de uvas para cada região e por métodos específicos de vinificação.

Cerca de 850 vinhos possuem a designação DOC e, junto com os DOCG, representam apenas cerca de 20% dos vinhos italianos. Em algumas DOC existem sub-classificações, tais como:

  • Riserva ou Vecchio: para vinhos envelhecidos maior tempo em madeira;
  • Superiore: para vinhos de maior teor alcoólico ou maior período de envelhecimento.

IGT:

São os vinhos de indicação geográfica típica. Essa denominação foi instituída a partir de 1992 e é aplicada em cerca de 150 vinhos de mesa elaborados em regiões geográficas específicas (uma província, uma comuna ou parte delas, tais como, uma colina, um vale, etc.).

No rótulo podem constar o nome da uva, a safra, a região e o tipo de vinho.

VdT:

São os vinhos de mesa, de qualidade inferior e qualquer procedência geográfica. Não podem conter no rótulo o nome da uva, nem a safra, nem a região. Constituem cerca de 80% dos vinhos da Itália.

VINI TIPICI – Vinhos Típicos:

Equivale ao Vin de Pays da França e, apesar de criada em 1989, continua sem uma normatização precisa. Pretende-se aplicar essa designação a vinhos de mesa diferenciados, com tipologia definida.

Atualmente, esses vinhos são incluídos na contagem dos Vini di Tavola, mas espera-se que venham a constituir cerca de 40% dos vinhos italianos.

OS FORA-DA-LEI:

Alguns vinhos italianos, considerados entre os melhores do país e do mundo, classificam-se apenas como Vino da Tavola ou IGT, por não se enquadrarem nas normas das DOC e DOCG (tipos de uva, métodos de vinificação, etc.) e, por isso, são apelidados de “os fora da lei”.

Em teoria, os vinhos DOCG deveriam ser os melhores, seguidos pelos DOC, IGT e pelo Vino da Tavola, porém há vários complicadores. Apesar do nome, um vinho DOCG não é necessariamente superior a um DOC, pois várias regiões foram promovidas à DOCG por razões políticas. Alguns produtores italianos preferem evitar o estatuto de DOC e DOCG, seja por que não consideram o sistema muito relevante, seja porque preferem cepas ou técnicas não permitidas pela legislação em vigor. Portanto, vários dos melhores vinhos italianos são comercializados como IGT ou mesmo VdT.


Tipos de Vinho

Essas categorias não tem relação com qualidade, mas apenas com uma característica específica que diferencia determinados vinhos de outros.

  • Novello (Jovem): Só pode ser vendido após 6 de novembro e deve ser engarrafado em 31 de dezembro do ano da colheita. Vinho semelhante ao Beaujolais Nouveau, vinificado em 30% através de maceração carbônica e com no mínimo 11 GL de teor alcoólico e não mais que 10g de açúcar residual;
  • Vecchio (Velho): Vinho que envelhece no mínimo três anos antes da comercialização;
  • Classico (Clássico): Denominação que diferencia algumas DOC em níveis de qualidade, por exemplo: Chianti e Chianti Classico;
  • Superiore (Superior): Vinho que envelhece no mínimo um ano antes da comercialização;
  • Riserva (Reserva): Vinho que envelhece no mínimo três a cinco anos antes da comercialização;
  • Spumante (Espumante): Vinho espumante, como o Champagne, elaborado tanto pelo método Charmat ou por método Champenoise;
  • Frizzante (Frisante): Vinho ligeiramente espumante, como o vinho verde português;
  • Secco, Abbocado, Amabile e Dolce (Seco, Abocado, Amável e Doce): Definem o teor de açúcar do vinho que pode ser:
    • Seco, praticamente sem açúcar (secco);
    • Meio seco ou demi-sec, com teores médios de açúcar (abbocado e amabile);
    • Francamente doce (dolce);
  • Liquoroso (Licoroso): Vinho fortificado ou naturalmente forte;
  • Passito (Passificado): Vinho elaborado de uvas semi desidratadas (passas);
  • Ripasso (Repassado): Vinho (Valpolicella) que após elaborado é deixado repousar nas borras de fermentação do Amarone, ganhando corpo, sabor e teor alcoólico.

Vinhos por regiões

O fato de a Itália ser no passado uma coletânea de Estados independentes, contribuiu para o surgimento de uma gama de vinhos tão diferentes em um tão pequeno território. Existem vinhos italianos para todos os gostos e momentos. A Itália estende-se no Mar mediterrâneo, ao sul e oeste com as ilhas Sicília e Sardenha. Ostentando uma inimitável tradição, ela rende-se ao cultivo de grandes uvas viníferas, propiciadas pela variedade climática. Seus famosos vinhos transformaram a arte de comer bem em um ritual de prazer. Cada região produz vinhos particularmente especiais.

  • Vêneto: Situada ao norte da Itália, além de conhecida pela encantadora beleza de Veneza, tornou-se famosa pela produção de vinhos. Os verões excepcionalmente quentes, os invernos rigorosos e o solo glacial (de caráter argiloso ou arenoso-argiloso), permitiram a produção de inúmeras varietais: uvas autóctones como Negrara, Corvina, Soave, bem como as importadas Cabernet Savignon, Cabernet Franc e Pinot Grigio;
  • Verona: O principal centro vinícola investe nos processos de depuração, para elevar a concentração e os sabores. Seus tintos mais conhecidos são os encorpados: Bardolino, o Valpolicella e o Amarone della Valpolicella. Também é um vinho reconhecido desta área o branco Soave;
  • Friuli – Venezia Giulia: Friuli fica no nordeste da Itália e a sua produção de tintos e brancos concentra-se em três zonas vinícolas principais: Collio Goriziano, Grave Del Friuli e Collio Orientali Del Friuli. Seu clima favorável e os avanços tecnológicos refletem em seus vinhedos, dos quais são produzidas as cepas para vinhos brancos: Grave Del Friuli Tocai, Chardonnay, Pinot Branco, Verduzzo e Ribolla Giala. Combinando uvas tradicionais do tipo Refosco às variedades internacionais Cabernet Sauvignon e Merlot, são produzidos na região, vinhos volumosos, suaves e com aromas penetrantes;
  • Piemonte: Circundada pelos Alpes, Piemonte é a região vinícola mais importante da Itália, já que produz os vinhos italianos mais diferenciados do país. A presença de escarpas montanhosas permite aos vinhedos produzir elegantes vinhos. Nos tintos, predominam as cepas Nebiollo (dos famosos Barolo e Barbaresco). Entre os brancos, destaque ao Moscato, com o seu sabor adocicado. As uvas tipo Barbera são a essência dos vinhos Dolcetto e Grignolo. Entre os brancos, destacam-se os secos feitos com uvas Cortese e Arneis;
  • Lombardia: Ao norte da Itália, a Lombardia possui três principais regiões vinícolas, são elas: Valtelina, Bréscia – Lago di Garda e Oltrepò Pavese. A qualidade dos tintos ou brancos quanto aos espumantes é notória, já que as uvas demi-sec, propiciam alta concentração de cor e aroma de vinhos. Valtelina oferece tintos com a uva Nebbiolo (que remetem aos da região de Piemonte) Franciacorta, apresenta a qualidade de seus espumantes, elaborados pelo método champenoise, sendo a segunda fermentação ocorrida na garrafa. Ao sul de Milão, as terras férteis de Oltrepò Pavese, a sub-região vinícola da Lombardia, produzem as uvas Pinot Noir, Chardonnay e outras de origem francesa;
  • Abruzzo: Junto ao mar Adriático, perto de Pescara, a montanhosa região de Abruzzo traz como destaque a produção do vinho branco Tribbiano d’Abruzzo, considerado um excelente vinho italiano. Suas uvas, caracteristicamente frutadas permitem sabor adocicado e agradável aos seus vinhos. Em relação à denominação de origem controlada, os vinhos recebem certificação das vinícolas de Abruzzo;
  • Emilia Romana: Do mar Adriático ao Tirreno, abaixo da Lombardia, a Emilia-Romana é formada pelas sub-regiões: Reggio Emilia e Romana, que produzem excelentes vinhos. Na Emilia, predomina o Lambrusco, havendo ainda os tintos e brancos da Colli Picenti e das Bolognesi. Em versões doces, o Lambrusco assegura excelência em frisantes. Brancos secos, os vinhos são produzidos com as uvas Gaglioppo – antiquíssima e típica – mesclada as do tipo Trebbiano e Albana, assegurando o sabor inimitável de seus grandes vinhos;
  • Toscana: Localizada na região central da Itália, território de Firenze, Siena, Pisa e San Gimignano, a região rivaliza, com o Piemonte, na produção de grandes tintos. De suas colinas cobertas de vinhedos saem vinhos dos mais reputados do mundo: o Chianti (proveniente da Siena e Florença), o Brunello di Montalcino, divididos nas categorias: classico e riserva. As varietais Sangiovese, Malvasia, as cepas francesas Cabernet Sauvignon e Merlot, entre outras, expressam a excepcional qualidade dos vinhos. Notórios no sabor, os vinhos brancos são feitos com as uvas francesas Chardonnay;
  • Lácio: Região de Roma, Lácio, em seus vinhedos de cepas Malvasia e trebbiano, assumem a produção do jovial branco Frascati. Doce e raro, enquanto versão “Canelino” e tecnicamente um vinho branco DOC vindo da região montanhosa dos Castelli Romani. Acompanhando as constantes inovações técnicas, as vinícolas acentuam seu sabor a uma versão mais seca e frutada, com um agradável aroma. Tudo para deixar a bebida ainda mais sedutora;
  • Sicília: A ilha da Sicília fica ao sul da Itália e é uma sub-região da Emilia-Romana. A fertilidade de suas terras e o clima quente asseguram excelência a nobre bebida. Vinhos tintos, provenientes das varietais Nero d’Avola Masacarele e Perricone, e brancos, das castas Grilo e Insolia, originam renomados vinhos da região. Típicos, o vinho tinto, seco são bastante equilibrados e acíduos.


Características

  • Barolo: Vinho que modestamente os italianos chamam de “O vinho dos Reis” ou o “Rei dos vinhos”. Obra-prima de Piemonte, oriundo da uva Nebbiolo, fica excepcionalmente à partir do 15º ano. Seco, tinto e bem escuro, com álcool a 12º C, é o acompanhamento perfeito para caças e as carnes;
  • Barbaresco: Outra joia do Piemonte, vizinho do Barolo, provém da Nebbiolo, só que deve ser bebido jovem a partir do 3º ano. Sua gastronomia recomenda as pastas com molhos e as bebidas comidas condimentadas;
  • Valpolicella: É um tinto do Veneto, ligeiro delicado aroma de nozes. O clássico é o mais apreciado. Da mesma região é elaborado o Reciotto Della Valpolicella Amarone, um dos grandes vinhos da Itália;
  • Bardolino: Vinho tinto pálido, deve ser bebido jovem, provém de uvas regionais como o Corvina, a Molinara, a Negrara e a Rondinella. Deve ser servido fresco, por volta dos 16º;
  • Verdicchio: Produzido de 80% de uvas do mesmo nome e cortes Trebiano e Malvasia. Vinho jovem e fresco, deve ser consumido logo. Acompanha antepasto, massas leves e peixes;
  • Frascati: Vinho oriundo de Malvasia, Candia e Trebbiano. Vinho seco com aroma pessoal e cor palha brilhante;
  • Gavi: É um branco seco, semelhante aos Borgonhas. Oriundo da uva Cortese, acompanha os frutos do mar;
  • Prosecco: Vinho espumante, originário da uva do mesmo nome, produzido próximo a Veneza;
  • Lambrusco: Vinho jovem, frisante e leve. É completo como aperitivo.


Uvas

Uvas para vinhos brancos:

  • ARNEIS: Encontrada em Piemonte, é encorpada e seca, com perfume de frutas brancas (melão e pêra) e amêndoas. Países: Itália (Pimonte);
  • CORTESE: Cepa autóctone italiana refrescante e com toques minerais. Países: Itália (Piemonte, Lombardi e Vêneto);
  • FIANO: Uva nativa do Sul da Itália, para brancos ligeiros e frescos. País: Itália (Campania);
  • GARGANEGA: Principal uva do vinho tipo Soave. País: Itália (Vêneto);
  • GEWÜRZTRAMINER: Em alemão significa “especiarias”. Produz vinhos brancos ricos, de cor amarelo-ouro e aroma intenso (rosas, canela e gengibre). Encontrou seu melhor solo na região francesa da Alsácia, mas também é encontrada na Alemanha e outras regiões de clima frio. Países: França (Alsácia), Alemanha, Itália, Chile, África do Sul, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia;
  • MALVASIA: Das mais antigas uvas brancas que se conhece (cerca de 2.000 anos). Apesar de produzir vinhos secos no sul da Itália, se notabilizou pelo vinho fortificado que produz em Portugal (Madeira). Países: Portugal, Itália e Espanha;
  • MUSCAT (Moscato e Moscatel): Plantada no mundo todo é própria de vinhos doces perfumados. É a única uva vinífera que preserva os aromas de uva no vinho e talvez uma das espécies mais antigas ainda cultivadas. Usada para vinhos secos na Alsásia e para espumantes do tipo Asti Espumante e Moscato Bianco. Países: França (Alasácia), Portugal, Espanha e Itália;
  • PINOT BLANC (pinot bianco): Esta uva dá vinhos leves, secos, frutados, para beber jovem, principalmente aqueles produzidos na Itália. Original da Borgonha, na França sua base é a Alsácia. Países: França (Alsácia), Itália, Áustria e EUA;
  • PINOT GRIS (tokay d’Alsace, pinot grigio): Da família pinot noir, resulta em vinhos brancos leves, jovens e secos na Itália e mais ricos e perfumados, na região francesa da Alsácia. Países: França (Alsácia), Itália, Alemanha, Hungria e Nova Zelândia;
  • PROSECCO: Encontrada na região de Vêneto, na Itália, é responsável pela produção de espumantes frescos, frutados, com pouca acidez e paladar. Não se trata, portanto, de uma região, como muita gente pensa, mas de uma uva, usada por este espumante que se difundiu por todo o mundo. Países: Itália, Brasil;
  • TOCAI (friulano): Variedade branca cultivada na região italiana de Friuli-Veneza, que produz vinhos encorpados e elegantes. Não há qualquer relação da uva Tocai com os renomados vinhos húngaros doces Tokay (produzidos com a cepa furmint. Ver verbete acima). País: Itália;
  • TREBBIANO: Produz vinhos brancos mais comuns e sem personalidade na Itália. É plantada extensivamente em todo o país. Usada no corte com outras uvas para a composição de vinhos. Com o nome de UNI BLANC e saint-émilion é muito usada na produção de conhaque e armagnac, na França. Países: Itália, França, África do Sul e Austrália;
  • VERDICCHIO: Uva branca típica da Itália Central, bastante seco e cítrico. País: Itália;
  • VERMENTINO: Cepa usada na elaboração de brancos secos e florais. País: Itália.

Uvas para vinhos tintos:

  • AGLIANICO: Apresenta grande concentração de taninos e acidez, própria para envelhecimento. Encontrada no Sul da Itália, principalmente em rótulos de Campanha e Basilicata. País: Itália;
  • BARBERA: A mais popular das uvas de Piemonte, norte da Itália é ao lado da sangiovese a variedade mais cultivada do país. Dá tantos vinhos leves do dia-a-dia como exemplares escuros e frutados, com alta acidez e concentração e boa capacidade de envelhecimento. Países: Itália (Piemonte), Estados Unidos (Califórnia) e Argentina;
  • BONARDA: Outra variedade típica do Piemonte, na Itália. Seu nome completo é Bonarda Piemontese. Produz vinhos leves, frutados, melhor quando bebidos jovens. Também foi muito utilizada na Argentina para produção de vinhos do dia-a-dia para consumo interno. Países: Itália e Argentina;
  • CABERNET SAUVIGNON: A mais clássica e conhecida das variedades de vitis vinífera, base do corte usado nos grandes vinhos de Bordeaux (Latour, Mouton-Rothshild, Lafite, Latour, Margoux etc). É uva mais difundida em todo o mundo e responsável pelos melhores rótulos do planeta. Tem amadurecimento tardio e produz tintos secos de semi-incorpados a encorpados; tânico quando jovem garante um melhor envelhecimento da bebida na garrafa e a passagem pelo barril de carvalho pode aparar suas arestas. Tem um amplo espectro de aromas: frutas vermelhas, café, chocolate, geleia e tabaco, quando envelhecidos. No Chile tem uma característica mais mentolada. Enriquece quando misturada à merlot, cabernet franc, shiraz, petit verdot ou malbec. Na Austrália geralmente é mesclado ao shiraz. Produz os melhores tintos do Brasil e do Chile. Países: França (Bordeaux), Estados Unidos (Califórnia), Chile, Argentina, Austrália, África do Sul, Itália e Brasil;
  • CORVINA: Traz sabores concentrados e aromas de cereja ao tintos de Valpolicella, com destaque para os Amarone e Recioto. País: Itália;
  • DOLCETTO: Uva italiana que apesar do nome não é doce. Vinificadas resultam em rótulos suaves de Piemonte, próprio para o dia-a-dia, com alta acidez e que devem ser bebidos ainda jovens. Na região de Piemonte, melhor tratada, a uva é envelhecida em barris de carvalho e resulta em líquidos mais ricos e complexos. País: Itália, Argentina e Austrália;
  • GRENACHE (GARNACHA): Apesar de ser uma uva muito cultivada no mundo é pouco vista em rótulos de garrafas, pois é usualmente misturada. É presença fundamental do renomado Châteauneuf-du-Pape e na maioria dos vinhos do Rhône. Países: França (Rhône), Espanha, Austrália, Itália e Estados Unidos;
  • LAMBRUSCO: Uva tinta cultivada em toda a Itália, em especial na região da Emilia-Romana. Há mais de sessenta subvariedades conhecidas. Apesar de também produzir bons vinhos de denominação de origem, é mais conhecida no Brasil pelos vinhos frisantes, semi-doces e baixo teor alcoólico e que devem ser bebidos jovens. País: Itália;
  • MERLOT: Similar à cabernet sauvignon, entretanto mais suave, tem sabor mais macio, menos tanino e aromas mais frutados. Tem uma maturação mais fácil e rápida que sua parceira cabernet. Pode desenvolver aromas de chocolate e frutas vermelhas maduras quando colhidas com a maturação correta. Base de grandes vinhos do Pomerol, como o famoso Château Petrus. Na Califórnia, nos Estados Unidos, também rendeu grandes exemplares. Também muito usada no Novo Mundo e plantada em várias partes do planeta onde se faz vinho. Países: França (Bordeaux), Norte da Itália, Estados Unidos, Chile, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Brasil;
  • MONTEPULCIANO: Variedade cultivada por toda Itália, com maior destaque na região central. Produz vinhos mais rústicos e é muito usada junto à sangiovese. Não deve ser confundida com a cidade da região da Toscana de mesmo nome, que produz o famoso Vino Nobil di Montepulciano, que, aliás, é feito a partir da uva sangiovese. País: Itália;
  • NEBBIOLO: Nebbia em italiano significa névoa, uma característica do clima da região onde esta variedade é cultivada, nos montes de Alba e Monforte. Resulta no nome da uva que produz os melhores e mais valorizados tintos italianos: Barolo e o Barbaresco. São bebidas intensas, frutadas, bastante tânicas, de aromas complexos (florais, frutas, trufas e até piche!) e com alta acidez, o que torna obrigatório o envelhecimento em barris de carvalho para aparar as arestas. Melhora com os anos e acompanhado de um prato de comida mais forte. País: Itália (Piemonte);
  • NERO D’AVOLA: Cepa típica da região de Sícilia, no Sul da Itália. Produz vinhos de qualidade, escuros, densos e com potencial de envelhecimento. País: Itália;
  • PINOT NOIR (PINOT NERO): Uva típica da Borgonha produz os vinhos mais admirados pelos enólogos e enófilos do mundo. Sua qualidade está ligada diretamente ao terroir onde está plantada. É uma uva de difícil de cultivar e vinificar e pode gerar tanto tintos inexpressivos como muito complexos. São vinhos de coloração clara para média com relativo baixo tanino e acidez. Os grandes pinot noirs têm aroma intenso, complexo e sensual, e evoluem muito bem na garrafa. Os exemplos mais clássicos são os renomados (e caros) vinhos de Romanée-Conti, Volnay, Clos de Vougeat e outros tantos da Borgonha. Menos feliz em outras regiões do mundo, tem apresentado algum sucesso no Chile com preços bem mais acessíveis. A pinot noir também faz parte da receita que compõem os vinhos da Champagne. Países: França (Borgonha, Champagne), Chile, Itália, África do Sul;
  • PRIMITIVO: Uvas frutadas e de alto teor alcoólico. Geneticamente igual à Zifandel americana. País: Itália;
  • RONDINELLA: Utilizada no corte dos tintos italianos Amarone, Valpolicella e Bardolino;
  • SANGIOVESE: Trata-se da variedade mais plantada na Itália, é a base dos grandes vinhos da Toscana – Chianti, Brunello di Montalcino (onde recebe o nome de sangiovese grosso) e Vino Nobilo de Montpulciano. O nome significa o sangue de Júpiter. É uma cepa de amadurecimento tardio, bem ácida, tânica e frutada. Países: Itália, Estados Unidos e Argentina;
  • TERODEGO: Encontrada na região setentrional italiana, resulta em tintos com bastante estrutura e sabor de groselha preta. No Brasil são encontradas algumas experiências interessantes com esta uva. País: Itália (Trentino Alto Adige), Brasil;
  • ZINFANDEL (PRIMITIVO): Produz tintos secos com muito colorido e frutado, com notas de pimenta e sabor que lembra groselha preta. Uva característica dos vinhos da Califórnia, apesar de ser originária do sul da Itália, onde tem o nome de primitivo. Países: Estados Unidos (Califórnia), Itália.

 

REFERÊNCIAS

Classificação dos Vinhos Italianos. Academia do Vinho. Disponível em: <https://www.academiadovinho.com.br/_regiao_mostra.php?reg_num=IT>.

Vinhos Italianos. Gastronomia ItaliaOggi. Disponível em: <https://www.italiaoggi.com.br/gastronomia/saibamais/ita_gastro_saibamais63.htm>.

GEROSA, Roberto. Uvas – brancas e tintas. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/comer-e-beber/uvas-vinhos.shtml>.

 

Foto Destaque: Banco de imagens

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