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Como identificar taninos nos vinhos

por | abr 8, 2019 | Bebidas, Colunistas, Enologia

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Certamente você já ouviu falar de tanino, um componente bastante peculiar dos vinhos. Mas você sabe como identificar os taninos nos vinhos? Que tipo de sensação eles trazem ao paladar e, mais, qual seu papel no desempenho do vinhos? Descubra tudo isso neste artigo!

Composto químico natural

Taninos são compostos fenólicos, componentes químicos naturais complexos e diversificados encontrados principalmente em partes lenhosas, folhas e frutos não maduros de muitas plantas. Nas uvas, eles estão presentes nos engaços (caule dos cachos), bem como nas cascas e sementes dos frutos.


A sensação na boca

Quem aqui já comeu uma goiaba ou uma banana verde e sentiu aquela sensação de “travamento” na boca? Saiba que isso foi culpa dos taninos. Em se tratando de vinhos, dizemos que os taninos geram uma sensação de adstringência na boca, uma certa secura, e até mesmo uma textura aveludada na língua.

Sabia que os taninos das uvas, assim como os açúcares, também amadurecem. E quanto mais maduros forem os taninos, menores serão as sensações de adstringência e secura. Taninos maduros dão uma textura aveludada ao vinho, contribuindo para tornar a bebida mais estruturada.

Portanto, para identificar a presença de taninos nos vinhos, você precisa prestar atenção na sua língua, bochecha e parte interna dos lábios e perceber a sensação que o vinho causou nela, não somente o gosto.

A dica aqui é, quando der o primeiro gole de vinho, espalhe-o por toda a boca. Lembre-se: salivou nas laterais é acidez; secou a boca é tanino.


Os papéis dos taninos nos vinhos

Os taninos desempenham importantes funções no vinho. Uma delas é aportar estrutura e textura, pois sua atuação aglutina as proteínas do vinho, aumentando dessa forma a sua dimensão molecular. Quanto maior o nível de tanino presente, mais estruturado será a bebida.

Outro papel está relacionado ao processo de envelhecimento dos vinhos. Isso porque taninos são antioxidantes e uma espécie de conservante natural que prolonga a vida ativa do vinho. Via de regra, quanto mais tanino na bebida, maior seu potencial de guarda.


Uvas mais tânicas

O grau de tanino varia de uva para uva. Dentre as uvas viníferas, geralmente, quanto mais grossa a casca, maior a quantidade de taninos a serem extraídos. É o caso da Cabernet Sauvignon, Tannat, Nebbiolo, Syrah, Tannat, Petit Verdot, Sangiovese Grosso, por exemplo.

Sendo assim, é esperado que vinhos produzidos a partir dessas castas sejam mais tânicos e tenham maior potencial de envelhecimento. Os Barolos, feitos da uva Nebbiolo, são exemplos clássicos.

 

Pronto para testar na prática os seus novos conhecimentos sobre taninos nos vinhos? Aproveite para acessar o nosso post sobre as diferenças entre vinho orgânico, biodinâmico e natural e descobrir como as práticas sustentáveis no mundo vinícola vem ganhando força no Brasil e no mundo. Corre lá!

Gostou do artigo? Qual a sua experiência com vinhos tânicos? Conta pra gente aqui nos comentários!


Bruno Hermenegildo

BRUNO HERMENEGILDO

Sommelier International, formado pela FISAR. Membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.

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