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Vinho suave e meio-doce: conheça as diferenças

por | fev 1, 2019 | Bebidas, Colunistas, Enologia

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Quem começa a explorar o universo dos vinhos rapidamente observa que ele é amplo e fascinante, cheio de classificações. Entre vinhos suaves, vinhos licorosos, vinhos de mesa e espumantes, as classificações são muitas!

Em alguns momentos, será muito fácil diferenciar o tipo de bebida: são visíveis, por exemplo, as características do vinho tinto, vinho branco e vinho rosé. Há, no entanto, algumas características dos vinhos que tornam mais difícil diferenciá-los.

Ao provar um gole da bebida, você sabe dizer se o conteúdo da taça é um vinho suave ou um vinho seco? Ou ainda um vinho meio seco ou meio-doce? Identificar um vinho suave ou um meio-doce requer o conhecimento de algumas nuances mais específicas que vamos explorar nesse post.

Vinho suave

O que caracteriza um vinho suave é a quantidade de açúcar, embora equivocadamente algumas pessoas classifiquem como suaves os vinhos que são macios e aveludados no paladar. Os vinhos suaves são mais adocicados e costumam agradar aos iniciantes no mundo dos vinhos.

Em geral, eles são produzidos a partir de uvas de mesa como Concord, Herbermont e Niagara. Alguns produtores, no entanto, trabalham com uvas mais nobres, uvas viníferas, como Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Merlot e Chardonnay. De acordo com a classificação brasileira, vinhos que contêm acima de 25 gramas de açúcar por litro, ou seja, mais de cinco vezes que os vinhos secos.


Vinho suave não é vinho de sobremesa

Embora os vinhos suaves sejam comumente encontrados – há inclusive uma grande variedade deles nos supermercados –, os verdadeiros amantes de vinho são bastante criteriosos ao escolhê-los. A justificativa é que, no processo de produção, muitos vinhos suaves recebem adição de açúcar de cana ou de beterraba. Essa, aliás, é uma das diferenças entre o vinho suave e os vinhos de sobremesa, que têm naturalmente alto teor de açúcar devido a características específicas do processo de produção, com a alta maturação da uva no vinhedo, antes da colheita.


Bons vinhos suaves

Há no mercado uma infinidade de bons vinhos suaves, de diversas graduações alcoólicas, entre eles:

  • Casa Valduga Naturelle Branco 2017: vinho nacional, produzido no Rio Grande do Sul a partir da mistura das uvas Malvasia e Moscatel. É leve, com teor alcoólico de 10,5%;
  • Lambrusco Dell’emilia Cascina Santa Maria Doce: vinho italiano feito com uva Lambrusco. É um vinho tinto leve e com baixo teor alcoólico (7,5%).


Harmonização do vinho suave

Vale a pena ter uma boa seleção de vinhos suaves na adega. É uma excelente pedida para ocasiões mais descontraídas e relaxantes. Devido ao alto residual de açúcar é um pouco mais difícil harmonizar alimentos com esse tipo de vinho. Geralmente são consumidos com sobremesas, pratos agridoces ou queijos azuis para fazer contraste.


Vinho meio-doce

O vinho meio-doce, na classificação brasileira, é aquele que tem de 4g/l a 25g/l. Alguns serão mais parecidos ao vinho seco (os de menor nível de açúcar) e outros (os de maior nível de açúcar) terão sabor muito similar ao do vinho suave. O açúcar encontrado nos vinhos meio-doces podem ser tanto da própria uva quanto por adição de açúcar de cana no mosto.

Esse tipo de vinho costuma ser bem frutado, lembrando frutas vermelhas e flores, com poucos aromas mais torrados. Isso permite uma flexibilidade enorme e dá para agradar diversos paladares. Como os vinhos suaves, os vinhos meio-doces são excelentes coringas na adega e muito versáteis para harmonizações.


Dicas de vinhos meio-doces

  • Barefoot Califórnia Pinot Noir: esse vinho americano agrada àqueles que preferem vinhos mais adocicados. É tinto, com aroma de frutas vermelhas, perfeito para acompanhar petiscos;
  • Frisante Porta Soprana I.G.P Lambrusco Dell’Emilia Rosso Meio Seco: vinho italiano leve, frutado, adocicado e com acidez agradável. Harmoniza muito bem com carnes suínas.

Como vimos, a característica marcante e que diferencia esses dois tipos de vinho – o suave e o meio-doce – é a quantidade de açúcar. Vale lembrar que esse fator não compromete a qualidade do vinho, apenas marca um estilo, agrada paladares específicos ou serve para harmonizar melhor com determinados alimentos. 

 

Você já provou bons vinhos suaves e meio-doces?

Quais não podem faltar na sua adega? Compartilhe conosco!


Bruno Hermenegildo

BRUNO HERMENEGILDO

Sommelier International, formado pela FISAR. Membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.

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