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Tudo que você precisa saber sobre Vinhos Brancos

por | out 22, 2018 | Bebidas, Colunistas, Enologia

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Muitas pessoas começaram a conhecer e apreciar um bom vinho, a partir da degustação de vinhos brancos. Por serem mais leves e frescos, os brancos acabam conquistando paladares novos, que ainda não estão preparados para os sabores mais intensos.

Apesar de ser conhecido como “porta de entrada” para a universo dos vinhos, o vinho branco não é muito prestigiado pelos brasileiros, que acabam preferindo os tintos. Mesmo assim, sua leveza e versatilidade são perfeitas para o clima tropical brasileiro e harmonizam muito bem com peixes, frutos do mar e saladas, todos alimentos muito comuns à nossa culinária.

Se interessou? Neste artigo, vamos explicar tudo que você precisa saber sobre vinhos brancos para que você possa aproveitar cada degustação da bebida em todo seu potencial.

O que é vinho branco?

Vinhos brancos são vinhos produzidos, em sua maioria, a partir de uvas brancas como Chardonnay e Sauvignon Blanc, por exemplos, e sua coloração – que varia do mais pálido amarelo-esverdeado até o dourado-âmbar, dependendo da variedade de uva, tipo de fermentação ou tempo de envelhecimento.

No Brasil, existe uma grande variedade e, em sua maioria, são frutados, com boa acidez, leves e harmonizam bem com peixes e frutos do mar.

A temperatura de serviço do vinho branco varia de acordo com sua estrutura e corpo. Os brancos leves devem ser servidos entre 8 e 10°C, os mais encorpados e de sobremesa, entre 10 e 12°C, e os vinhos do Porto brancos, entre 14 e 18°C.


Tipos de vinhos brancos

Existem vários tipos de vinho branco. Os mais conhecidos são os secos e os doces de sobremesas. Há até vinhos brancos produzidos com uvas tintas. Como o elemento que confere a cor é a casca, neste caso, evita-se que ela tenha contato com o vinho durante o processo de fermentação.


Uvas

Existe uma grande variedade de uvas com as quais se pode produzir vinhos brancos. Entre as principais variedades estão:

Chardonnay
Originária da região de Borgonha, na França, é uma uva bastante versátil, apresentando características diferentes de acordo com o tipo de solo onde é cultivada. Seu vinho pode ser frutado e de médio envelhecimento. É um dos poucos brancos que se beneficia da fermentação em barris de carvalho. Esta uva também serve para a produção de espumantes.

Sauvignon Blanc
Nativa de Bordeaux e do Vale do Loire, França, também é bastante encontrada na Nova Zelândia. Mais ácida, ela produz vinhos leves, para o verão, ideais para harmonização. Seus aromas são herbáceos e de frutas cítricas, com toques minerais.

Gewürztraminer
É uma casta de uva branca da família Vitis Vinifera e é originária da região da Alsácia, França, porém muito apreciada na Alemanha. Produz vinho branco de intensidade aromática, com toques picantes.

Moscato ou Muscat
Esta uva italiana, proveniente da bacia do Mediterrâneo, é muito frutada e aromática. Produz vinhos de consumo breve, leves e com boa acidez.

Pinot Gris ou Pinot Grigio
Costuma gerar vinhos frutados e com bons aromas, mais delicados que o Chardonnay. Também é originária da região da Alsácia, França.

Riesling
Esta uva produz vinhos aromáticos, com notas austeras, e muito minerais, que são considerados verdadeiros curingas na harmonização. Típica da Alemanha e da Alsácia.


Decanter

Em geral, os vinhos brancos não precisam ser decantados e devem consumidos enquanto jovens. Porém, em casos excepcionais, quando o vinho é mais complexo e precisa respirar, o recomendado é utilizar o aerador, pois os vinhos brancos devem ser servidos à temperatura de 7ºC à 12ºC, e se ele ficar muito tempo no decanter, ele provavelmente esquentará.


Vinhos de guarda

Para saber se o vinho branco que você tem em casa pede a guarda e qual o período de tempo necessário para que ele atinja o ápice, o ideal é que recorra às informações da ficha técnica do produto. Nela, é possível encontrar dados como tempo de fermentação no barril, castas de uva que compõem o aroma, descrição da vinha, teor alcoólico, acidez, potencial de envelhecimento, entre outros.

Algumas regras gerais podem ser aplicadas para alguns tipos de vinho branco: o tempo de guarda ideal para os vinhos de consumo imediato é de até dois anos.

Já os Vinhos Verdes, Sauvignon Blanc e Sancerre devem ser armazenados por um período de um a dois anos. Para o Moscato, o tempo ideal varia entre um e três anos. No caso dos brancos do Rhône, a guarda deve ser feita de dois a cinco anos. O Gewürztraminer pede um período entre dois e seis anos. O Chenin Blanc vai de dois a dez anos e o Chablis pode chegar a doze anos.

Os vinhos brancos que pedem um maior tempo de guarda são o Riesling, de três a quinze anos, e os brancos doces, produzidos por botritis, de cinco a vinte anos.


Taça

A taça de vinho branco tem um design especialmente elaborado para manter a temperatura da bebida durante sua degustação. Seu bojo é menor e sua haste é maior do que nas taças de tinto, para manter o calor da mão afastado do vinho.


Harmonização

Os vinhos brancos são popularmente conhecidos como ideais para harmonizar com peixes ou frutos do mar, uma combinação que nem sempre dá certo. De forma geral, os vinhos brancos mais leves harmonizam muito bem com saladas, verduras, pães e queijos frescos. Os brancos mais encorpados vão bem com pães, peixes, crustáceos, queijos e aves.

Identifique os aromas e sabores do prato e procure-os no vinho. Para pratos aromáticos, vinhos aromáticos. Para os ácidos, vinhos ácidos. Já os doces com os vinhos doces.

Um bom roteiro é:

  • Aperitivos: pedem vinhos brancos leves e aromáticos;
  • Peixe: vinho branco leve;
  • Pratos ácidos: pedem vinhos brancos mais ácidos;
  • Italianos: vinhos brancos macios e com boa acidez;
  • Sushi: vinhos brancos leves e frescos;
  • Sobremesas: um vinho de sobremesa.

 

Você costuma saborear vinhos brancos? Quais as harmonizações que mais gosta?


Bruno Hermenegildo

BRUNO HERMENEGILDO

Sommelier International, formado pela FISAR. Membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.

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