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Destruir para Nascer

por | fev 3, 2018 | Colunistas

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Aos Alunos.

Imagino se Fernando Pessoa para construção de seus heterônimos se viu em um processo auto destrutivo do próprio eu para a construção de seus personagens. Creio (somente como amante da literatura do escritor e nada mais) que na verdade ele pariu, amamentou e educou o próprio imaginário a ponto de se tornar a própria imaginação. Incrivelmente sem perder o próprio Fernando. Os amantes do universo gastronômico passam por um processo de metamorfose similar. Diante de tantas verdades e credos culturais, infinitos são os nortes que dirigem as influências de informações que buscamos para agregar valor de conhecimento na bagagem da informação no processo de formação.

Formação não do trivial, do comum. Além disto. Formação da perspectiva de quem depara-se com a dúvida e através de novas interrogativas encontram respostas incompletas por outros novos questionamentos. Assim comportam-se os que se renovam através da própria escolha. Não esperam a mudança. Faz com que elas ocorram. Pois, o dinamismo da vida nos ensina que nada inerte evolui.

Preciso é, principalmente para os novos profissionais da área gastronômica, guerrear saudavelmente com as verdades irrefutáveis instituídas por sei lá quem. É preciso contestar, questionar, discutir, debater, ensinar e aprender. Aproveitar a linda lição de que a melhoria só ocorre com o aprendizado do erro. E só possível visualizar o erro quando estipulamos conceitos do seja correto.

A reflexão é para mostrar que jovens profissionais ardentes de disposição e perspectivas, somente, se tornarão maduros e preparados para o mercado nacional se romperem convosco. Romper com a ingenuidade, a prepotência, a arrogância, a ilusão e a alusão da imagem de sucesso. O melhor a se fazer é permitir-se a paciência da vivencia do tempo de experiência e estudos para destruir àquilo que inerentemente concebemos de errado pelo ‘achismo’ de visão de mundo e da profissão. E nascermos para as novas possibilidades no processo educacional de formação da carreira.

Portanto, termino com o conselho de que nada melhor do que finalizar risoto de parmesão com pistilos de açafrão, molho Bèchamel e monter au beurre guarnecido de um excelente vinho rose. Nada muito relacionado ao texto como todo, mas uma deliciosa maneira de acalmar as inquietudes de futuros gastrônomos. Bom apetite! E que seja de renovação.


Davi Furigo de Melo

DAVI FURIGO DE MELO

Chef e professor. Graduado em Gastronomia no Senac Águas de São Pedro. Proprietário da Paladares, em Campinas/SP.

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