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Páscoa: como saber o que é chocolate de verdade?

por | mar 28, 2024 | Datas Comemorativas, Destaques Notícias, Notícias

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“Queria comer um chocolate que não tivesse gosto de gordura hidrogenada.” O lamento, feito no X (antigo Twitter), tem encontrado eco em outras publicações nas redes sociais. Atento, o consumidor brasileiro tem notado uma mudança na formulação desse produto de marcas populares no mercado. Mas há uma maneira de escolher melhor na hora das compras e fugir dos produtos com “sabor de parafina”, como alegam alguns usuários do X.

chocolate

Crédito: Envato

Definição e Sabor

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), só pode ser chamado de chocolate o produto que mistura cacau e açúcar, com ou sem adição de outros ingredientes. Ou seja, a definição é ampla. Como, então, saber se um é mais ou menos gostoso? Para a coordenadora do curso de Gastronomia da Universidade Positivo (UP), Leticia Kataniwa, é importante, primeiro, entender como a proporção entre cacau e açúcar e o acréscimo de outros componentes afeta o sabor do produto final. “A resolução da Anvisa – RDC 264 – fala especificamente sobre o alimento. Segundo esse documento, para que um produto seja considerado chocolate ele precisa ter, no mínimo, 25% de sólidos de cacau. Outros produtos podem ser adicionados a essa massa, mas, quando tenho muito açúcar ou muita gordura, por exemplo, o sabor do produto será alterado.”, explica.

Impacto da Reformulação nas Marcas

A alteração no sabor de marcas consagradas se deve, principalmente, à reformulação das receitas utilizadas por essas marcas. Isso acontece principalmente por motivos econômicos, para reduzir os custos de produção. “Produtos acrescentados à massa, como gordura de soja, de palma ou de algodão, alteram o sabor e a qualidade do produto final porque não são obtidos a partir dos sólidos de cacau. Então aquele chocolate que gruda muito na boca ou parece muito oleoso pode ser em razão disso”, diz Leticia. Ela destaca que aqueles produtos que não têm esses 25% de cacau na composição não podem ser chamados de chocolate e são apenas um tipo de gordura saborizada com chocolate.

Dicas para escolher um bom chocolate

Para evitar decepções na escolha de chocolates para a Páscoa, é fundamental examinar os rótulos, buscando produtos com menos ingredientes, o que geralmente indica melhor qualidade. Além disso, verificar a porcentagem de cacau é essencial não apenas para garantir um sabor mais rico, mas também para obter benefícios para a saúde. A tendência atual está voltada para os produtos “bean to bar”, que priorizam a atenção aos detalhes em todas as etapas de produção, desde a seleção dos grãos até a combinação de ingredientes, refletindo uma abordagem mais sustentável e focada na qualidade.

Diferença entre chocolate ao leite, amargo e meio amargo

Outro fator a ser levado em consideração é que nem todos os tipos de chocolate são iguais. Há pelo menos três classificações no mercado: ao leite, amargo e meio amargo. Leticia detalha que as diferenças entre eles são significativas.

O chocolate ao leite não tem muito cacau em sua composição e conta com mais leite, gordura e açúcar para fazer a alegria do comprador. Por sua vez, o meio amargo tem entre 50% e 60% de cacau na composição, mas ainda conta com grandes quantidades de gordura, açúcar e leite. O cacau é muito mais presente no chocolate amargo, com mais de 70% da fruta. A professora de Nutrição da Universidade Positivo Mariana Etchepare lembra que “o que diferencia esses tipos de chocolate são justamente os ingredientes. Do ponto de vista nutricional, o amargo é geralmente considerado a melhor opção. Temos várias concentrações desse chocolate e, quanto mais amargo ele for, mais saudável. Porque terá menos açúcar adicionado e mais cacau na composição. Consequentemente, terá menos gordura e menos caloria”.

E o chocolate branco?

Por fim, vem a pergunta que não quer calar: afinal, chocolate branco é chocolate? Ao contrário do que acontece com os outros três tipos de chocolate, o branco não tem como matéria-prima as sementes de cacau, mas a gordura extraída da pasta de cacau, daí a polêmica. Também misturada com leite e açúcar, é essa gordura que dá origem à outra versão do alimento. “Se levarmos em conta o que diz a RDC 264, o chocolate branco é chocolate porque, embora não seja composto de massa de cacau, é composto de manteiga de cacau e, portanto, pode ser denominado chocolate”, finaliza.

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