Atividade deve se manter aquecida, mesmo em um contexto adverso para o País.
Uma das maiores compradoras da carne brasileira, a China não deve diminuir o ímpeto em relação ao comércio nacional. A opinião é do analista de mercado da AgroAgility, Gustavo Figueiredo. A movimentação chinesa impacta até mesmo os amantes do churrasco no Brasil, já que o aumento ou diminuição do apetite chinês influencia diretamente o preço praticado por aqui.
Segundo Gustavo Figueiredo, as referências da arroba, que servem para medir o valor do Boi, estão alinhados com o mercado internacional e continuam com preços justos, mesmo diante da crise do coronavírus.
Figueiredo aponta que a demanda com bom ritmo contribui para a sustentação da arroba nessas últimas semanas. “O mês de fevereiro foi melhor na demanda interna se comparado com janeiro, tendo em vista que tivemos volta às aulas e carnaval. Hoje, a carne no atacado está sendo negociada ao redor de R$ 13,50/kg”, relata.
Quem também está projetando o mercado de carne bovina brasileira no país asiático é a consultoria Rabobank. Segundo estudos, o consumo de carnes, principalmente a bovina, foi parcialmente afetado, já que a quarentena e a limitação de circulação das pessoas afetaram o setor de serviços, como restaurantes e bares.
O especialista, no entanto, destaca que as exportações brasileiras estão apresentando crescimento, ainda que o avanço é menor do que o esperado pelo mercado. “Mercadorias estão sendo renegociadas por causa dos preços, mas também por problemas na logística de entrega dentro da China”, comenta o analista Wagner Yanaguizawa.
Apesar desse quadro, o analista reforça que a tendência é que os preços das proteínas continuem firmes. “O mercado doméstico brasileiro é muito forte e há expectativa de crescimento mais robusto, o que manterá os patamares elevados da carne bovina”, diz.
As exportações de carne bovina do Brasil atingiram uma receita recorde de US$ 7,5 bilhões em 2019, guiadas pela forte demanda chinesa, que representou 26,6% do volume exportado por frigoríficos locais, de acordo com dados compilados pela ABRAFRIGO (Associação Brasileira de Frigoríficos).
Foto Destaque: Victoria Shes/Unsplash
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