Só muito recentemente a cozinha passou a despertar o interesse de um público mais amplo.

Se até há algumas décadas o “espaço cozinha” era reservado quase que exclusivamente a serviçais e a dona de casa, hoje, graças também à mudanças dos conceitos arquitetônicos, o ambiente-cozinha está se tornando um local de convívio e de compartilhamento.

Assim, passa-se do ambiente formal do living para outro mais descontraído e interativo, a cozinha.

É neste ambiente, de maior intimidade e descontração, que as pessoas vão aos poucos descobrindo e aprofundando seus conhecimentos sobre os produtos que elas ingerem: não basta ser bom, precisa ser saudável e sustentável.

Por outro lado, além da qualidade imprescindível, os insumos precisam ter rastreabilidade, além de produzidos de acordo com regras ecologicamente corretas.

As famílias, frente as gôndolas dos supermercados observam as embalagens, leem rótulos, avaliam o estado, a composição e apresentação dos produtos.

Cozinhar é a última etapa a ser observada desta cadeia que permite ter a certeza de que aquilo que está sendo ingerido é saudável, nutritivo e claro, saboroso.

Ninguém melhor do que a pessoa que prepara a refeição, o cozinheiro, para atestar da sua qualidade, do seu melhor sabor, dos seus aromas, etc.

No início fizemos menção à cozinha-convívio: o lugar onde os amigos, os parentes, os convidados, tem a oportunidade de acompanhar em tempo real, grande parte da performance do anfitrião – uma outra maneira de compartilhamento e de interação no encontro das pessoas à volta de uma mesa.

Os franceses descobriram isto há décadas e por isso o chamado “Repas Français*” foi eleito “patrimônio imaterial e cultural” pela UNESCO.

*a refeição dos franceses

WENCESLAU AVILA

Gerente de Qualidade no Instituto Franco-Brasileiro de Gastronomia. Instituto de alta gastronomia com padrão internacional em Campinas/SP.