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Dicionário Enológico

por | abr 23, 2017 | Bebidas, Enologia

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  • ABERTO – de cor clara.
  • ABOCADO (do italiano “abbocato”) – doce.
  • ABRIR – diz-se que o vinho “está abrindo” (ou “abriu”) quando está havendo (ou houve) crescimento de suas características (em especial do aroma), com certo tempo após a abertura da garrafa.
  • ACASTANHADO – nuance de cor dos vinhos tintos, lembrando a cor da castanha ou do tijolo. Geralmente associada a vinhos envelhecidos.
  • ACERBO – ácido verde.
  • ACETIFICADO – vinho com forte presença de ácido acético (“avinagrado”).
  • ACIDEZ – sensação de frescor agradável, provocada pelos ácidos do vinho (cítrico, tartárico, málico, lático, succínico) e que resulta em salivação.
  • ACIDEZ VOLÁTIL – acidez desagradável provocada pelos maus ácidos do vinho (acético, propiônico e butírico).
  • ACÍDULO – com acidez excessiva.
  • ACRE – indica a sensação desagradável de excessiva acidez e tanicidade, provocando irritação das mucosas.
  • ADAMADO – vinho para damas, suave e doce.
  • ADEGA – aposento, geralmente subterrâneo, onde se guardam o vinho e outras bebidas.
  • ADOCICADO – doce e com baixa acidez, desequilibrado.
  • ADSTRIGENTE – com muito tanino, que produz a sensação de aspereza (semelhante à sentida ao comer-se uma banana verde); o mesmo que tânico ou duro.
  • ADULTERADO – usa-se para indicar um vinho acrescido de substâncias estranhas à sua composição e/ou não admitidas por lei.
  • AFINADO – bem envelhecido, maduro, equilibrado.
  • AGRADÁVEL– expressão usada quando o conjunto aroma-sabor está organolepticamente equilibrado.
  • AGRESSIVO – vinho com excesso de acidez e adstringência, ainda jovem ou em processo de evolução.
  • AGRIDOCE – grave doença do vinho, provocada por bactérias láticas que transformam os açúcares residuais em manite, provocando um sabor ao mesmo tempo acre (devido aos ácidos) e doce (pela manite), que lembra a fruta supermadura.
  • AGULHA – sensação de picada na língua produzida pelos vinhos espumantes.
  • ALARANJADO – nuance de cor dos vinhos tintos, lembrando a cor da casca da laranja madura. Característica de vinhos envelhecidos.
  • ALCOÓLICO – com muito álcool, desequilibrado.
  • ALTERADO – vinho que sofreu qualquer mutação de caráter físico-químico ou enzimático.
  • AMADURECIMENTO – processo de evolução dos vinhos submetidos a um estágio em grande recipiente.
  • AMARGO – com amargor, indica defeito.
  • AMÁVEL – suave ou ligeiramente doce.
  • ÂMBAR – tonalidade de amarelo, cor típica de alguns vinhos licorosos. Nos vinhos comuns denota oxidação ou madeirização.
  • AMBIENTAR – (em francês CHAMBRER) deixar o vinho à temperatura ambiente, do recinto onde é servido.
  • AMPELOGRAFIA – é a disciplina da botânica e da agronomia que estuda, identifica e classifica as variedades, em geral denominadas castas de videira com base na descrição morfométrica das características dos vários órgãos da planta. As características observadas incluem tradicionalmente a forma e coloração das folhas e dos cachos e bagos de uva e a morfologia das estruturas apicais dos rebentos da videira. Para padronizar as observações, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIVV) estabeleceu os 88 descritores que devem ser obtidos num estudo morfométrico completo e que são requeridos para o registro de uma casta. Com base nesse critério são reconhecidas no Mundo cerca de 5 000 castas diferentes de Vitis, das mais de 10 000 que se estima sejam cultivadas, as quais, com a respectiva sinonímia e variantes linguísticas, correspondem a mais de 40 000 nomes registrados.
  • AMPLO – vinho com “bouquet” rico e com muitas nuances, oferecendo agradáveis sensações olfato-gustativas.
  • ANÁLISE SENSORIAL – exame das propriedades organolépticas do vinho através dos órgãos dos sentidos.
  • ANTOCIANOS – compostos fenólicos responsáveis pela cor vermelha e púrpura dos vinhos jovens.
  • APAGADO – de aroma inexpressivo.
  • AQUOSO – fraco, que teve adição de água.
  • ARDENTE – vinho que provoca uma sensação tátil de causticidade (“queimação”), devido a seu alto teor alcoólico.
  • AROMA – odor emanado pelo vinho. O primário é proveniente da uva. O secundário é resultante da vinificação. O terciário origina-se do envelhecimento e é denominado buquê.
  • AROMA DE BOCA – ver retrogosto.
  • AROMÁTICO – vinho cujo aroma provém diretamente de castas aromáticas (p. ex.: Sauvignon, Malvasia, Traminer).
  • ARQUETES OU LÁGRIMAS – efeito provocado nas paredes do copo após agitação. É um fenômeno de tensão superficial. Provocado pela evaporação do álcool; quanto mais amplos menor a presença do álcool.
  • ÁSPERO – com excessivas adstringência e acidez (esta um pouco menor).
  • ASSEMBLAGE – mistura de vinhos diferentes; o mesmo que corte.
  • ATIJOLADO – indica o vinho tinto cuja cor tende ao ocre, lembrando o vermelho-tijolo e apresentando uma tonalidade pouco vivaz. É uma característica dos vinhos envelhecidos.
  • ATÍPICO – vinho que não apresenta qualquer elemento ou caráter de tipicidade.
  • AUSTERO – adstringente.
  • AVELUDADO – macio, untuoso, viscoso com textura de veludo.
  • AVINAGRADO – com odor e sabor de vinagre, deteriorado, inutilizado para o consumo.
  • BALANCEADO – que apresenta harmonia entre os aspectos gustativos fundamentais, em especial a acidez, a doçura adstringência e o teor alcoólico o mesmo que o equilibrado e harmônico.
  • BLANC DE BLANCS – vinho branco elaborado exclusivamente com uvas brancas.
  • BOTRITIZADO – vinho de sobremesa doce licoroso, feito com uvas botritizadas, isto é, contaminadas com o fungo Botrytis cinerea. Em poucas regiões do mundo de microclima específico como Sauternes na França, esse fungo, ao invés de destruir as uvas, perfura-lhes as cascas grãos, provocando a saída de água e concentrando o açúcar. As uvas assim contaminadas ficam com aspecto de uvas passas e/ou apodrecidas, daí o nome podridão nobre (“pourriture noble”, no francês, e noble rot, no inglês).
  • BOUCHONNÉE (Francês – bouchon = rolha) – com odor de rolha (defeito).
  • BRANCO-PAPEL – vinho quase incolor. Característica de alguns brancos jovens.
  • BRILHANTE – vinho com perfeita transparência e luminosidade. Característica dos brancos jovens.
  • BRUT (francês) – utilizado para espumantes muito secos.
  • BUQUÊ (do francês bouquet) – aroma complexo, também denominado aroma terciário, resultante do envelhecimento.
  • CALDO – o vinho já pronto ou o mosto (veja verbete) que será fermentado.
  • CARÁTER – conjunto de qualidades que dá personalidade própria ao vinho permitindo distingui-lo de outros.
  • CARMÉNÈRE – uva tinta de alta qualidade, variedade da uva cabernet, originária de Bordeaux (França), mas hoje naturalizada chilena.
  • CARNOSO – encorpado.
  • CASTA – na viticultura, casta é uma variedade que produz uvas com características específicas ou semelhantes. Na enologia, são os aromas transmitidos ao vinho pelas uvas que lhe deram origem sendo possível identificar as castas com que foram produzidos através da degustação.
  • CAVA – nome dos espumantes espanhóis.
  • CAVE – área de taberna, ou bar, criada com o objetivo de ser o lugar onde se bebe e come.
  • CEPAS – linhagem, estirpe, casta das variedades de uvas.
  • CHAMBRER (francês) – o mesmo que ambientar.
  • CHAMPAGNE – espumante natural produzido na região de Champagne.
  • CHAMPENOIS – método de espumatização que consiste em refermentar o vinho na própria garrafa. Tradicionalmente usado na região de Champagne.
  • CHAPTALIZAÇÃO (do francês, “Chaptalization”) – adição de açúcar durante a fermentação (proibida em alguns países), técnica proposta pelo francês Chaptal.
  • CHARDONNAY – é a casta vinífera branca de maior prestígio no mundo, cultivada em todas as regiões produtoras, degustada por todos. Muitas pessoas se referem a ela como a “rainha das uvas brancas”. Devido a sua popularidade, já foi chamada maldosamente de “a Coca-Cola do mundo dos vinhos”. Sua origem está associada à região francesa da Borgonha e, para alguns, ela é resultado do cruzamento entre as castas Pinot Noir e Gouais Blanc.
  • CHARMAT – método de espumatização criado por Eugene Charmat, em que o vinho sofre a segunda fermentação em grande recipiente.
  • CHATO – vinho sem acidez ou espumante que perdeu o gás, o mesmo que plano ou plat (francês) ou flat (inglês).
  • CHEIO – o mesmo que encorpado.
  • CLAIRET (francês) – nome utilizado pelos franceses a vinhos tintos leves, frutados, quase roses.
  • CLARET (inglês) = CLARETE (francês) – vinho tinto de Bordeaux na França.
  • COMPLEXO – com aromas múltiplos, com buquê.
  • CORPO – sensação tátil do vinho à boca, que lhe dá peso (sensação de “boca cheia”) e resulta do seu alto teor de extrato seco.
  • CORTE – mistura de vinhos diferentes. O mesmo que assemblage (francês).
  • CRU (francês) – termo derivado do verbo “coître” (crescer) de múltiplos significados, dos quais os mais importantes são os que seguem. Na região de Bordeaux, “cru” tem o mesmo significado de “terroir” ou “château”, isto é, uma propriedade específica de um único produtor. Na sub-região do Médoc, os melhores vinhos são classificados em cinco níveis de “cru” (Premiers Crus, Deuxièmes Crus, etc.), seguidos dos “Crus Bourgeois”. Nas outras sub-regiões bordalesas, como por exemplo, Saint-Emilion, os melhores vinhos classificam-se em “Premiers Grand Crus Classés” e “Grand Crus Classés”. Na região da Bourgone, “cru” significa o mesmo que “climat”, isto é, uma comuna ou região delimitada com vinhedos de vários produtores que produzem vinhos semelhantes ou “domaine”, uma única propriedade. Os melhores vinhos da Borgonha são designados “grand cru”, seguidos dos “premier cru”.
  • COZIDO – sabor que adquirem certos vinhos submetidos a um processo de pasteurização mal conduzido.
  • CURTO – que não deixa sabor persistente na boca; de retrogosto curto.
  • DECANTER (inglês) – decantador; frasco de vidro usado para decantar vinhos que possuem sedimento formado durante o envelhecimento. É também usado para arejar (“respirar”) o vinho antes de servi-lo.
  • DECRÉPITO – vinho que, por excesso de envelhecimento, apresenta-se apagado, quase sem perfumes, corou sabor.
  • DEFEITUOSO – vinho que apresenta cheiros ou sabores estranhos, devidos geralmente à falta de higiene da cantina ou à má conservação dos recipientes utilizados.
  • DELGADO – vinho de pouco corpo.
  • DELICADO – equilibrado e sóbrio.
  • DEMI-SEC (francês) – meio seco, ligeiramente doce.
  • DENSO – viscoso, encorpado.
  • DESARMÔNICO – que possui exacerbação de um dos componentes gustativos, mascarando-os (ex: excessiva acidez, tanicidade exagerada, doçura elevada); o mesmo que desequilibrado.
  • DESBALANCEADO – o mesmo que desarmônico ou desequilibrado.
  • DESEQUILIBRADO – o mesmo que desarmônico ou desbalanceado.
  • DOC – Itália – são os vinhos de denominação de origem controlada. Qualificação criada em 1963, é atribuída aos vinhos provenientes de cerca de 300 regiões vinícolas delimitadas que podem ser uma pequena área, uma província ou uma área geográfica ainda maior. Apenas cerca de 15% dos vinhos italianos pertencem às DOCs e são elaborados com tipos específicos de uvas para cada região e por métodos específicos de vinificação. Cerca de 850 vinhos possuem a designação DOC e, junto com os DOCG, representam apenas cerca de 20% dos vinhos italianos.
  • DOCG – Itália – são os vinhos de denominação de origem controlada e garantida. Classificação criada em 1982, abrange os melhores vinhos da Itália. É atribuída aos quatorze vinhos existentes, provenientes das regiões de Piemonte, Lombardia, Toscana, Emilia Romagna, Umbria e Campagna.
  • DURO – o mesmo que adstringente e tânico.
  • EFERVESCENTE – diz-se de um vinho que desprende gás carbônico, em forma de pequenas bolhas.
  • ELEGANTE – o mesmo que delicado.
  • ENCORPADO – que tem muito corpo.
  • ENGAÇO – é a parte lenhosa da sustentação dos frutos agrupados.
  • ENÓFILO – apreciador e estudioso de vinhos.
  • ENOLOGIA – ciência que estuda o vinho. Os enólogos, especialistas em termos de Enologia, controlam todos os processos que interfiram e que influenciem o produto final – o vinho. Com efeito, um enólogo controla, com mestria conferida pela sua experiência, percurso acadêmico e know-how, aspectos como as variedades de uvas, pressão, fermentação, temperatura, sabor do vinho, publicidade e propaganda, rotulagem, entre outros aspectos. Os enólogos são “amantes”, e verdadeiros apreciadores, de vinho e sentem a produção de vinho não só como a sua profissão mas também como uma arte, uma forma de estar na vida. Muitas vezes os enólogos são crítico de vinhos não só dos seus como de outros vinhos de outras casas de vinho e de outras produções e/ou castas. É comum vermos um enólogo a comentar e a avaliar as características e as propriedades de um ou mais vinhos nos mais diversos meios de comunicação social como televisão, jornais, revistas especializadas e cada vez mais na Internet.
  • ENOLÓGICO – relativo à enologia ou ao vinho.
  • ENÓLOGO – indivíduo que tem conhecimentos de enologia; formado em faculdade de enologia.
  • EQUILIBRADO – o mesmo que balanceado.
  • ESCANÇÃO – o responsável pelo serviço de vinhos de um restaurante; o mesmo que sommelier (francês).
  • ESCORREGADIO – vinho que apresenta densidade semelhante à da água.
  • ESMAGAMENTO/PRENSAGEM – é o processo de romper a delicada casca do bago que pode ocorrer de diferentes maneiras. Podem-se utilizar prensas delicadas para este fim, processo mais adequado para obtenção de vinho branco.
  • ESPESSO – o mesmo que encorpado e cheio.
  • ESPUMANTE – vinho com gás carbônico, efervescente; nos de qualidade o gás é resultante da fermentação.
  • ESTRUTURADO – vinho com boa presença de álcool, ácidos e taninos.
  • ETÉREO – diz-se do perfume que apresenta característico odor de éteres. Próprio dos vinhos envelhecidos.
  • EVANESCENTE – no exame dos espumantes, refere-se à espuma que desaparece rapidamente.
  • FARTO – muito doce e com baixa acidez.
  • FECHADO – jovem, recém-engarrafado, ou recém-aberto e que ainda não demonstra toda a sua potencialidade.
  • FIADEIRO – vinho doente, que apresenta densidade semelhante à do azeite.
  • FIM-DE-BOCA – sensações finais, gustativas e olfato-gustativas, percebidas após a deglutição do vinho.
  • FINO – vinho de qualidade, cujas sensações olfativas e gustativas são elegantemente equilibradas.
  • FIRME – jovem com estilo.
  • FLÁCIDO – sem estrutura, o mesmo que mole.
  • FLAUTA – taça ideal para espumantes.
  • FLORADO – com aroma de flores.
  • FLORAL – o mesmo que florado.
  • FORTIFICADO – ao qual é adicionado aguardente vínica, como o vinho do Porto, o Madeira, o Jerez, o Marsala, o Banyuls e outros.
  • FOXADO (do inglês “foxed”) – odor e gosto de pelo de raposa, típico de uvas americanas, como as da espécie Vitis labrusca.
  • FRAGRANTE – vinho cujo frescor olfativo abre as mucosas nasais, dando uma sensação agradável como a hortelã.
  • FRANCO – sem defeitos; também usado para vinho que não deixa retrogosto.
  • FRESCO – vinho que possui frescor, boa acidez.
  • FRESCOR – sensação agradável transmitida geralmente pelos vinhos brancos, jovens ou espumantes, resultante de um ligeiro predominância da acidez, sem perder o equilíbrio.
  • FRISANTE – efervescente, com pouco gás carbônico (menos que espumantes).
  • FRUTADO – com aroma de frutas.
  • FUGIDIO – vinho de pouca persistência olfativa e olfato-gustativa.
  • GENEROSO – forte, com alto teor alcoólico.
  • GORDO – suave e maduro.
  • GRAN RESERVA – corresponde a vinhos de grandes colheitas, envelhecidos pelo menos dois anos em barril de carvalho e três em garrafa.
  • GRANDE – excelente.
  • GRAPA ou GRASPA – bebida destilada tipicamente italiana, produzida a partir das cascas e resíduos do mosto de uva.
  • GROSSEIRO – adstringente, sem elegância.
  • GROSSO – elevada acidez e muito extrato.
  • HARMÔNICO – o mesmo que balanceado e equilibrado.
  • HERBÁCEO – com aroma de ervas.
  • IGT – Itália – são os vinhos de indicação geográfica típica. Essa denominação foi instituída a partir de 1992 e é aplicada em cerca de 150 vinhos de mesa elaborados em regiões geográficas específicas (uma província, uma comuna ou parte delas, tais como, uma colina, um vale, etc.). No rótulo podem constar o nome da uva, a safra, a região e o tipo de vinho.
  • INSÍPIDO – sem gosto característico, sem caráter.
  • JOVEM – vinho geralmente frutado, pouco tânico com acidez agradável e que não se presta ao envelhecimento (Ex: vinhos brancos em geral, espumantes e a maioria dos vinhos brasileiros); pode também significar vinho recém-fabricado, que pode e deve envelhecer.
  • LÁGRIMAS OU PERNAS – são marcas, em formas de gotas que caem lenta ou rapidamente, deixadas na parede da taça depois de gira-la para aerar o vinho. A lágrima indica a concentração do vinho e, principalmente, a graduação alcoólica e outros componentes. Quanto maior a concentração alcoólica, maior será a concentração, que faz com que as lágrimas (ou gotas) se fixem nas paredes das taça e, por serem mais densas, caiam lentamente. Por outro lado, em vinhos com menor concentração de álcool, a lágrima tem um aspecto mais suave e desce mais rapidamente. A formação de lágrimas também está relacionada a qualidade do cristal da taça e com estado de higiene da mesma, motivo em que as lágrimas não serem mais avaliadas em concurso de vinhos. Assim, as pernas do vinho servem unicamente para nos mostrar a graduação alcoólica, sem ser um indicativo de idade ou qualidade.
  • LEVE – com pouco corpo e pouco álcool, mas equilibrado; o mesmo que ligeiro.
  • LIGEIRO – o mesmo que leve.
  • LÍMPIDO – sem sedimento ou partículas em suspensão transparente.
  • LONGO – de boa persistência (ver verbete).
  • MACIO – designa o vinho com bom teor de glicerina, justamente alcoólico e com pouca acidez.
  • MADEIRIZADO – vinho branco oxidado que adquire cor que vai de dourada a castanho, aroma adocicado (cetônico) e gosto amargo.
  • MADURO – no apogeu de sua vida; estado que precede a decadência.
  • MAGRO – aguado, diluído, deficiente em álcool (etanol e glicerol); sem caráter.
  • MERCAPTANO – odor desagradável, devido à formação de compostos sulfurosos.
  • METÁLICO – sabor defeituoso conferido ao vinho por certos metais como o cobre e o ferro.
  • MOFO – defeito provocado por um excesso de umidade causado por bactérias, transmitido ao vinho por tonéis em mal estado de conservação ou através da rolha.
  • MOLE – sem acidez, sem caráter
  • MOSTO – líquido resultante da prensagem das uvas; suco; sumo.
  • MOUSSEUX (francês) – espumante.
  • NERVOSO – com acidez e adstringência altas, não necessariamente excessivas.
  • NEUTRO – sem caráter marcante.
  • NÍTIDO – diz-se de um perfume com uma só nuance bem definida ou de um gosto único e bem caracterizado.
  • NERVOSO – com acidez e adstringência altas, não necessariamente excessivas.
  • NEUTRO – sem caráter marcante.
  • NOVO – do ano em que foi colhido ou com um ano de engarrafamento.
  • OLEOSO – viscoso.
  • OPACO – turvo; velado e sem limpidez.
  • ORGANOLÉPTICO(A) – sensorial, que sensibiliza os sentidos. As características organolépticas de um vinho são as suas sensações olfatórias, gustativas e táteis, percebidas durante a sua degustação.
  • OURO – tonalidade do amarelo própria de certos vinhos brancos, apresentando nuances que vão do claro ao ouro-antigo.
  • OXIDADO – que sofreu oxidação; envelhecido além do suportável; decomposto na cor (do dourado ao castanho para os brancos e do tijolo ao mar Ron para os tintos), no aroma (adocicado, cetônico, etc.) e no sabor (desagradável e apagado); para os vinhos brancos tem o mesmo significado que madeirizado.
  • PALHA – tonalidade do amarelo própria dos vinhos brancos, pode ser clara ou carregada.
  • PASTOSO – o mesmo que encorpado.
  • – borra; depósito; sedimento.
  • PELE DE CEBOLA – nuance de cor dos vinhos rosados.
  • PEQUENO – sem caráter; secundário, inferior.
  • PERFUME – o mesmo que buquê.
  • PERLAGE – (francês) as bolhas dos espumantes.
  • PERSISTÊNCIA – sensação do gosto deixado pelo vinho na boca (retrogosto) após ser deglutido ou cuspido. Quanto melhor o vinho, maior o tempo de persistência, do retrogosto: 2 a 3 segundos nos curtos, 4 a 6 segundos nos médios e de 6 a 8 nos longos.
  • PESADO – encorpado, mas com pouca acidez; sem fineza.
  • PETILLANT (francês) – efervescente; ligeiramente espumante.
  • PINOT NOIR – a pinot noir é uma uva tinta da família das Vitis vinifera, originária da França. É a grande uva da região da Borgonha, sudoeste da França, com a qual são produzidos vinhos bastante admirados em todo o mundo.
  • PINOTAGE – cruzamento de duas uvas.
  • PLANO – sem sabor e sem corpo ou sem corpo e sem acidez; também usado como sinônimo de chato.
  • PRONTO – vinho que está apto a ser consumido.
  • PUNGENTE – sensação percebida na boca, causada pela elevada concentração de anidrido carbônico, pela causticidade provocada pelo álcool ou pelo excesso de anidrido sulfuroso.
  • PÚRPURA – tonalidade dos vinhos tintos, lembrando o vermelho intenso com tendência ao violeta.
  • QUENTE – referência à sensação de calor causada pelo teor alcoólico alto de um vinho.
  • RAÇA – diz-se que um vinho é de raça ou raçudo quando tem alta qualidade.
  • RANÇOSO – vinho que apresenta sensações desagradáveis provocadas por alterações microbianas, caracterizadas por um gosto de manteiga azeda.
  • RAPADO – o mesmo que magro.
  • RASCANTE – adstringente; tânico.
  • REDONDO – maduro e equilibrado.
  • RESERVA – para cada país existe uma legislação, no caso da Espanha, por exemplo, o termo reserva se refere a vinhos que têm como regra amadurecer 36 meses, sendo pelo menos 12 deles em barricas e os outros 24 na garrafa, antes de serem comercializados. Na Itália existe o termo riserva que também é controlado por uma legislação, onde, como regra, o vinho tem de amadurecer por pelo menos três anos antes de ser comercializado. Nos países sul-americanos, como Chile e Argentina, não existe uma legislação que regulamente esses termos. Portanto, são bem mais flexíveis, diferente dos produtores na Europa. Nestes países, refere-se a um vinho que foi produzido com maiores cuidados, desde a seleção das uvas ao processo de vinificação. Grande parte dos exemplares que trazem essa classificação passam por barricas de carvalho, mas isto não é uma regra. Portanto, podemos ter produtos que passaram ou não por barricas, mas de qualquer forma, indica qualidade superior aos vinhos Reservados.
  • RESERVADO – destinado aos vinhos de entrada das vinícolas, pois refere-se a vinhos frutados, sem passagem por madeira, sem complexidade e, normalmente, produzidos em grande escala e que já estão prontos para o consumo. São exemplares em que toda a safra terão o mesmo padrão, ou seja, mantém sempre equilíbrio.
  • RESINOSO – vinho que apresenta sensações de resinas vegetais.
  • RETROGOSTO ou AROMA DE BOCA – sensação gustativo-olfatória final deixada pelo vinho na boca, após ser deglutido ou cuspido. Ela é percebida através da aspiração do ar pela boca, o que provoca a sua passagem pela nasofaringe (comunicação entre a boca e o nariz) e a consequente estimulação dos receptores olfatórios no nariz. Alguns estudiosos preferem utilizam a palavra retrogosto para as sensações desagradáveis percebidas ao final da degustação.
  • ROBUSTO – encorpado, nervoso e, sobretudo, redondo.
  • ROLHA – diz-se que o vinho tem odor e/ou gosto de rolha quando apresenta aroma desagradável passado por rolha contaminada pela Armillaria mella (fungo parasita da casca da árvore com a qual é feita a rolha, o sobreiro).
  • RUBI – tonalidade típica dos vinhos tintos maduros.
  • SALGADO – anomalia apresentada por certos vinhos ricos em sais minerais.
  • SÁPIDO – com acidez moderada (entre o chato e fresco).
  • SAUVIGNON BLANC – é uma casta de uva branca da família da Vitis vinifera, originária da região da Bordeaux, na França. Produz vinhos secos e refrescantes que possuem, como principais características, seus aromas minerais, vegetais e toques frutados.
  • SCREW CAP – tipo de rolha metálica – vinho com tampa de rosca.
  • SECO – pela legislação brasileira, é o vinho que apresenta um máximo de 5g/l de açúcares residuais.
  • SEDOSO – o mesmo que aveludado.
  • SEIVA – (do francês sève), diz-se que um vinho tem seiva quando é um grande vinho.
  • SUAVE – o mesmo que ligeiro; também significa vinho meio-doce (demi-sec).
  • SULFÍDRICO – defeito caracterizado pelo cheiro de ovos podres.
  • SUR LIE (francês: sur = sobre; lie = borra) – vinho não filtrado, que vai do barril, onde ficou sobre a borra, direto para a garrafa.
  • SUTIL – diz-se de um perfume muito ligeiro ou de um vinho que oferece poucas e fracas sensações gustativas.
  • TAÇA BORDEAUX – as taças Bordeaux foram feitas para abrigar vinhos mais encorpados e ricos em tanino, feitos principalmente a partir da uva Cabernet Sauvignon. Elas possuem o bojo grande, mas têm a borda mais fechada para evitar a dispersão de aromas, concentrando- os. A aba fina direciona o vinho para a ponta da língua, permitindo que a untuosidade e os sabores frutados dominem antes que os taninos sejam direcionados para a parte de trás da boca. É indicada para Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Syrah, Tannat, entre outras uvas.
  • TAÇA BORGONHA – os vinhos da Borgonha são mais complexos e concentrados, produzidos principalmente com a uva Pinot Noir. Portanto, as taças são em formato balão (ou seja, com bojo maior do que as Bordeaux) para que haja mais contato com o ar, o que permite que o buquê se libere mais rapidamente. Este recipiente foi feito para que o vinho explore muito o nariz. O formato direciona o fluxo acima da ponta e do centro da língua, diminuindo a acidez e acentuando as qualidades mais arredondadas e maduras do vinho. Além da Pinot Noir, também é ideal para que sejam apreciados vinhos Rioja tradicional, Barbera Barricato, Amarone, Nebbiolo, etc.
  • TAÇA ISO – ISO significa: International Standards Organization, criada em 1970. Ela é uma espécie de taça coringa, pois serve para todos os tipos de vinho. É muito utilizada para degustações técnicas, para que possa ser mantida uma referência entre diversos tipos de fermentado. Por isso, pode ser um dos melhores modelos para começar o seu acervo. Ela é relativamente pequena e totalmente cristalina. Seu bojo é maior e ela é fechada na parte de cima. É boa especialmente para a parte aromática.
  • TAÇA PARA ESPUMANTES E/OU CHAMPAGNES – para um Champagne ou um espumante comum, a taça adequada é a que chamamos de flûte, ou flauta. Ela serve para que possam ser apreciadas as borbulhas, ou perlage. A taça fina também direciona a efervescência e os aromas para o nariz, enquanto controla o fluxo acima da língua, mantendo o equilíbrio entre a limpeza da acidez e a saborosa profundidade. Quanto mais bojo tiver a taça, melhor, pois se for reta demais no sentido longitudinal não irá realçar os aromas. Se o Champagne for Cuvée ou de safra especial, faz-se necessário um recipiente com corpo curvo, para que o apreciador possa sentir alguma fruta.
  • TAÇA PARA VINHOS BRANCOS – as taças têm corpo menor do que as para vinho tinto por dois motivos. Primeiro, o vinho branco precisa ser consumido em temperaturas mais baixas e, portanto, em um recipiente menor, que permita menos trocas de calor com o ambiente. Segundo, porque precisa que sejam realçadas as notas de frutas. A aba estreita entrega o fluxo do vinho através das áreas da língua com equilíbrio entre doçura e acidez, crucial para os brancos.
  • TAÇA PARA VINHOS DOCES E FORTIFICADOS – possuem bojo pequeno, justamente porque as pessoas consomem vinhos doces e fortificados em quantidades menores. Também são mais estreitas na parte superior. Seu design ajuda a conduzir o fluxo da bebida diretamente para a ponta da língua, região onde os sabores doces são mais percebidos.
  • TAÇA PARA VINHOS ROSADOS – os vinhos rosés possuem os taninos dos tintos, mas os aromas dos brancos. Por esse motivo, a taça costuma ser menor que a dos brancos, mas com bojo maior. Ela deve acentuar a acidez do vinho, equilibrando assim sua doçura. Se não tiver uma taça específica para rosés (poucas marcas possuem), pode usar uma para vinho branco.
  • TAÇA PARA VINHOS TINTOS – o vinho tinto precisa de espaço para respirar, pois tem aromas e sabores muito intensos. Por isso, a taça tem corpo grande, fazendo com que se libere toda a sua potência. O formato também é ideal para que a bebida possa “dançar”. Por esse motivo, também é importante lembrar que ela deve apenas ser preenchida até um terço de sua capacidade. Existem dois tipos comuns de recipientes de vinho tinto: Bordeaux e Borgonha, taças batizadas com esses nomes por causa das famosas regiões produtoras da França.
  • TÂNICO – que tem muito tanino ou no qual o tanino sobressai; o mesmo que adstringente e duro.
  • TANINO – substância existente na uva e que confere a adstringência ao vinho.
  • TÊNUE – vinho de pouca intensidade olfativa.
  • TERROIR (francês) – literalmente designa o “terreno” onde se localiza um vinhedo, mas o seu sentido é muito mais amplo. Na realidade, designa as características do solo, do microclima e do ecossistema do local, responsáveis pela qualidade do vinhedo e, consequentemente, pela qualidade do vinho que ele originará.
  • TERROSO – com sabor de terra, do solo de onde veio à uva.
  • TÍPICO – vinho no qual os caracteres de tipicidade são decisivamente marcados.
  • TRANSPARÊNCIA – característica visual essencial a todos os vinhos de qualidade, tintos ou brancos. Na prática, um vinho é transparente quando permite a visão de um objeto colocado atrás do copo. Não deve ser confundida com limpidez.
  • TURVO – vinho com limpidez totalmente alterada, com grande quantidade de substâncias coloidais em suspensão.
  • UGNI BLANC – considera-a uma casta italiana – Trebbiano Toscano – proveniente de uma antiga localidade do golfo de La Spezia chamada Trebbiano d’Etrurie.
  • UNTUOSO – o mesmo que aveludado, sedoso e viscoso.
  • VARIETAL – quando um vinho é produzido com uma só variedade de uva ou com grande predominância de um mesmo tipo de uva. Nos países do Novo Mundo, é comum os produtores valorizarem a casta na comercialização da bebida. Já na Europa, é comum encontrar o vinho de corte ou assemblage.
  • VDT – Itália – são os vinhos de mesa, de qualidade inferior e qualquer procedência geográfica. Não podem conter no rótulo o nome da uva, nem a safra, nem a região. Constituem cerca de 80% dos vinhos da Itália.
  • VELADO – vinho com pouca limpidez.
  • VELHO – bastante envelhecido.
  • VERDE – com acidez acentuada, mas agradável e refrescante
  • VERDEAL – tonalidade dos vinhos brancos em que prevalecem reflexos esverdeados.
  • VIGOROSO – saudável, vinho jovem em pleno vigor.
  • VINHO – é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples da uva sã, fresca e madura.
  • VINHO COMUM OU DE MESA – é o vinho elaborado com uvas de variedades comuns.
  • VINHO COMPOSTO – é a bebida com graduação alcoólica de 15º a 18º G. L. (graus Gay Lussac), obtida pela adição ao vinho comum, de macerados e/ou concentrados de plantas amargas ou aromáticas, substâncias de origem animal ou mineral, álcool etílico potável e açucares. Contem no mínimo, 70% de vinho.
  • VINHO ESPECIAL – é o vinho elaborado com 60% de uvas viníferas e 40% de uvas comuns.
  • VINHO FINO OU VINHO VINÍFERA – é o vinho elaborado com uvas de variedades viníferas.
  • VINHO LICOROSO – é a bebida com graduação alcoólica de 14º a 18º G. L. (grau Gay Lussac), podendo ser adicionado álcool etílico potável, mosto concentrado, caramelo e sacarose.
  • VINHOS FORA-DA-LEI – Itália – alguns vinhos italianos, considerados entre os melhores do país e do mundo, classificam-se apenas como Vino da Tavola ou IGT, por não se enquadrarem nas normas das DOC e DOCG (tipos de uva, métodos de vinificação, etc.) e, por isso, são apelidados de “os fora da lei”.
  • VINHOS TÍPICOS – Itália – equivale ao Vin de Pays da França e, apesar de criada em 1989, continua sem uma normatização precisa. Pretende-se aplicar essa designação a vinhos de mesa diferenciados, com tipologia definida. Atualmente, esses vinhos são incluídos na contagem dos Vini di Tavola, mas espera-se que venham a constituir cerca de 40% dos vinhos italianos.
  • VINDIMA – colheita das uvas.
  • VINICULTURA – refere-se à ciência, estudo e produção de uvas que serão usadas especificamente para o vinho.
  • VINOSO– característica dos vinhos jovens, lembrando o cheiro do mosto da uva.
  • VISCOSO – o mesmo que aveludado, sedoso e untuoso.
  • VITICULTURA – refere-se à ciência, estudo e produção de uvas.
  • VIVO – vinho com ligeiro excesso de acidez, porém ainda agradável.

REFERÊNCIAS

 ACADEMIA DO VINHO. Glossário Enológico. Disponível em: https://www.academiadovinho.com.br/biblioteca/glossari.htm.

FLEURY, Thalita. REVISTA ADEGA. Que taça escolher? Disponível em: https://www.revistaadega.uol.com.br/artigo/que-taca-escolher_149.html.

JUSTUS, Raquel. MENU ESPECIAL. Coluna da Raquel Justus. Disponível em: https://www.menuespecial.com.br/blog/author/raquel.

VINHO.ORG. A Enologia. Disponível em: https://www.vinho.org/tudo-sobre-vinho/a-enologia.

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